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Juventude e Instituições: Um olhar de dentro para além?

As instituições sempre se sobrepõe ao jovem e à jovem e, em certa medida, à sua liberdade.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Vivemos em um mundo de Instituições, em um mundo institucionalizado. A sociedade e a cultura ocidentais, a partir da Modernidade, parece ser re-pensada sobre a perspectiva de um ponto de vista institucionalizante, ou seja, a partir de estruturas que se justapõe ao jovem e à jovem em sua individualidade e em suas subjetividades. Mais ainda, a partir da modernidade, essa individualidade passa a depender (e cada vez mais) da Instituição.

A perspectiva cartesiana moderna fragmentou o mundo, fragmentou o ser humano. E a juventude parece assumir radicalmente em seu próprio corpo essa fragmentação, basta olharmos para a característica que parece mais marcar a juventude no mundo contemporâneo: a Diversidade. Essa fragmentação parece ser suprida com a perspectiva institucionalizante. Basta olharmos para as diversas instituições que movem a vida da juventude: instituições religiosas, instituição econômica, instituição educacional, etc.

Geralmente, quando ouvimos falar de instituição alguns conceitos parecem se materializar em nossa memória: Burocracia, Cruz e Espada, Igreja, hierarquia, “Segurança”, consumo, etc. De alguma forma, de um ponto de vista crítico, poderíamos sugerir que as instituições sempre se sobrepõe ao jovem e à jovem e, em certa medida, à sua liberdade. Em um determinado momento da história, situado na modernidade, o ser humano deixa de ser o ator da construção de seu mundo para se adequar a instituições que passam a construir este mesmo mundo. Acreditamos até que o conceito “juventude”, no momento que aparece historicamente situado no período das grandes revoluções da modernidade e pós-modernidade, se revela como uma categoria Institucionalmente construída e constituída.

Porém, não queremos nos limitar, quando falamos de instituição, simplesmente a olhá-las de um ponto de vista do Bem e Mal. Nos posicionaremos para além do Bem e do Mal, sugerindo o que nos parece por trás delas mesmas.

Toda Instituição, de alguma forma, é produtora de Valor. Toda Instituição, seja ela econômica, religiosa, etc. oferece para o ser humano uma visão de mundo e referenciais simbólicos construídos a partir daquilo que a própria instituição é e oferece. Exatamente por isso, cria-se entre a Instituição e a Pessoa uma relação de Poder e Imposição de valores e formas de Vida, que parece definir a própria pessoa em relação com sigo mesma, com o outro e com o mundo. Por isso, entre Instituição e Pessoa revela-se uma relação de dominação que, na maioria dos casos, é manipuladora, porque tende a “disciplinar” segundo os critérios e fins tendencialmente determinados a partir de uma autoridade institucionalmente legitimada. É isso que sugere Max Weber em sua teoria sobre as instituições enquanto tais. Essa relação de poder têm, na perspectiva da Juventude, elementos visíveis que o confirma e sugere.

Nesse sentido, podemos afirmar que, a partir da modernidade e principalmente na sociedade contemporânea e pós-moderna em que nós vivemos, as Instituições passam a determinar a visão de mundo de cada jovem, seja nos grandes espaços onde esta relação se insere socialmente, seja naqueles espaços mais simples onde as relações humanas se dão: no ambiente familiar, na relação interpessoal, nos grupos juvenis particulares e com características e identidades construídas. Como essas identidades são construídas? E a partir de quais critérios? Este parece se revelar como desafio de quem olha para as diversidades juvenis...

Por isso, quisemos neste pequeno artigo, oferecer uma perspectiva de olhar para as instituições a partir daquilo que elas sugerem em suas raízes, em suas constituições e, sobre tudo, em suas propostas de relação com as pessoas (particularmente, com as juventudes) e as conseqüências práticas que os elementos destas mesmas relações (que nos propomos a apresentar de uma forma rápida) têm na vida das pessoas e da juventude. Oxalá seja um olhar que ajude a nos lançar para além das próprias Instituições.

Referências bibliográficas:

WEBER, Max. Economia e Sociedade. Volume. São Paulo: UNB, 1999.


Publicado por: José Wilson Correa Garcia

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