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Amor e Ciúmes: qual o limite da normalidade?

Os sintomas de quem é ciumento.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Neste artigo pretendo abordar o mito de Tristão e Isolda, levando em conta especialmente a idéia de que a paixão precisa de obstáculos para existir. No cotidiano, temos afirmações do senso comum de que “tudo o que é proibido é mais gostoso” ou “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, que podem perfeitamente ser aplicadas ao estado de paixão. Em geral, vemos que a dificuldade em se conquistar o objeto de desejo é reforçadora para que se continue empenhando todas as estratégias possíveis na conquista.

Qual de nós nunca ouviu a clássica história do “quem eu quero não me quer”, ou mesmo passou por uma situação como essa? Torna-se óbvio que o fato de não ser correspondido torna o jogo amoroso um desafio mais excitante, no qual o “prêmio” a ser alcançado é o afeto de determinada pessoa, seja a que custo for.

Mas porque isso ocorre? Porque a dificuldade se torna tão reforçadora? Acredito que a explicação para isso pode o quê muitos autores dizem de não poder existir maior obstáculo que a impossibilidade de ter a nosso lado o objeto de paixão. Talvez seja possível pensar na dificuldade como uma forma de desafio pessoal; a partir do momento em que se percebe impotente frente a algo, é característica da maioria das pessoas lutar para reverter a situação e provar sua capacidade, muitas vezes com o intuito de obter aprovação social.

Nesse sentido, a conquista amorosa está muito próxima de outros tipos de conquistas (profissional, financeira, social etc), e é, portanto uma forma de auto-afirmação, de se alcançar um determinado status frente ao grupo social. Um caso interessante que exemplifica bem esse tipo de situação é a história contada no filme “Um lugar chamado Notting Hill”. Nesse filme, a personagem Anna Scott, uma famosa atriz americana, sente-se atraída pelo dono de livraria inglês William Thacker.

Entretanto, confusões, disparidades de interesses e de estilos de vida e especialmente incompatibilidades de status social irão permear o conturbado romance. Ao que parece, é justamente a aparente impossibilidade de se relacionar com um “simples mortal” que atrai Anna para junto de William, a despeito de todas as dificuldades que tem para manter seu romance distante dos olhos implacáveis da mídia. Entre idas e vindas, o que parece atrair ainda mais o casal é justamente a dificuldade que têm para estarem juntos.

A paixão é fortalecida pelos obstáculos, exatamente como explicado anteriormente. Ao final, os personagens acabam ficando juntos – obviamente, já que se trata de uma comédia romântica -, mas sabemos que a vida real não é assim tão generosa. Em geral, o que se vê cotidianamente é que, muitas vezes, a insistência em se conquistar alguém tem prazo de validade, determinado (paradoxalmente!) pelo momento em que o outro decide “dar uma chance” às investidas. Depois que se vislumbra a possibilidade de realmente estar ao lado do objeto de desejo (e, portanto, o prêmio no “jogo do amor” está assegurado), o desafio acabou – e, junto com ele, a motivação... Pensando-se essa questão em termos comportamentais, creio que é possível afirmar a existência de um reforçamento intermitente ao comportamento de conquista.

Afinal, só continuamos insistindo em conquistar alguém a partir do momento em que essa pessoa nos dá pelo menos um “sinal” de que nossas investidas podem levar a algum lugar (é claro que há exceções, mas em geral é isso que ocorre). Por fim, é necessário fazer uma ressalva: por mais que se tenha determinados padrões comportamentais com relação à paixão, há que se levar em conta que cada indivíduo é único, e portanto experimentará esse sentimento de um modo próprio.

O problema está quando não a pessoa não reconhece o limite de sua investida e não respeita o objeto amado (pessoa pela qual está apaixonada) podendo ocorrer o ciúme doentio ou como chamado o ciúme patológico, também conhecido como o ‘ciúme de Otelo’.

Os comportamentos destas pessoas são basicamente:

  • Telefonar inúmeras vezes por dia e não aceitar que o outro não o atende (independente do motivo)
  • Implicação com roupas, modo de se vestir e de se maquiar (mulheres)
  • Interrogar sobre o passado muitas vezes para pegar contradições
  • Seguir as pessoas
  • Passar horas parados na porta da residência ou do trabalho para visitar secretas ou saídas não informadas
  • Checam ligações e mensagens no celular do parceiro
  • Interrogação a amigos, parentes e porteiros para saber se a pessoa saiu ou recebeu visitas
  • Fazem juras de amor sem aceitar o quanto são egoístas
  • Andam ao lado da pessoa na rua, observando para onde ela dirige o olhar
  • Não permitem que seus parceiros participem de atividades sociais em que não esteja presente a ponto de proibirem ou ameaçar com término de relacionamento E em casos mais sérios fazem ameaças de suicídio, de agressão ao parceiro e podem chegar a matar a vítima

Ao perceber pequenos comportamentos de ciúmes ao ponto de pensar que a pessoa é possessiva é a solução na maioria das vezes, em outras, tratamento psicoterápico com psicólogo ou psiquiatra é o caminho.


Publicado por: Cíntia Gemmo Vilani

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.