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Conceito de alfabetização versus letramento

Conceito de alfabetização versus letramento, termo relativamente novo no vocabulário utilizado por aqueles que não têm envolvimento na prática educacional, sinônimo amplamente conhecido por educadores há muito tempo, alfabetização e letramento caminham ju

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

As utilizações do termo letramento vêm sendo discutidas de forma muito eficaz por diversos autores especialistas em educação. Para eles, trata-se de um termo relativamente novo no vocabulário utilizado por aqueles que não têm envolvimento na prática educacional. Entretanto, tal termo ressalta um sinônimo amplamente conhecido por educadores há muito tempo: muitos indivíduos conhecem a simbologia das letras, mas não conseguem decifrá-las corretamente.

Fica evidente quando comparamos o estudo dos autores que existe uma diferença fundamental entre alfabetização e letramento. Para eles, a alfabetização é um processo praticamente mecânico apreendido, na maioria das vezes, dentro das salas de aula e o letramento é um conjunto de conhecimentos que o indivíduo acumula ao longo da vida. Seguindo esta linha de pensamento a alfabetização um dia tem fim, isto é, termina quando o indivíduo adquire a capacidade de compreensão dos sinais que compreendem determinada língua escrita.

Logo, é importante ressaltar que alfabetização e letramento caminham juntos embora nem todo sujeito letrado precisa, necessariamente, ser alfabetizado. É difícil imaginar, no entanto, que alguém possa exercer tal condição em grau satisfatório (o mais alto deles) sem que antes tenha sido alfabetizado. Este fato pode ser explicado se considerarmos que a maioria absoluta dos conhecimentos que se pode adquirir está disponível na forma de símbolos grafocêntricos.
Por outro lado, os autores ressaltam que mesmo antes da humanidade ter conhecimento das letras (símbolos), já possuíam algum grau de letramento, no sentido atual de sua aplicabilidade, e este fato é evidente se raciocinarmos a complexidade exigida para elaboração do nosso atual sistema de escrita, embora saibamos que a escrita surgiu ao acaso, motivada pela necessidade de comunicação.

Para os educadores, cabe o papel de incentivador na formação de cidadãos capazes de obter seu próprio grau de letramento. Isso porque o letramento é, segundo os autores, uma capacidade individualizada adquirida de diferentes formas e meios pelos atores envolvidos. Não existe uma fórmula para que se possa ensinar um indivíduo racionar, existe sim, a maneira de ensinar que é necessário raciocinar. É neste ponto que as instituições voltadas para o processo ensino/aprendizagem têm falhado no Brasil.

Os educadores talvez desconheçam a importância da criação de uma geração de “pensadores”, ou seja, de indivíduos de fato letrados. Pecam, ainda mais, as instituições formadoras dos professores, que não lhes oferecem subsídios necessários para oferecer aos futuros educadores tal consciência. Entretanto, conforme fica entendido esta realidade está mudando e os professores vêm, gradualmente, dando a mesma importância para a compreensão da leitura pelos seus alunos que dantes davam à gramática.

A compreensão do mundo passa, antes de qualquer coisa, pela necessidade da obtenção do livre arbítrio individual. Uma sociedade justa seria, neste contexto, não uma sociedade que todos saibam ler e escrever, mas uma sociedade cujos membros sejam capazes de formular seus próprios pensamentos a partir daquilo que por ele é compreendido. Temos ao longo da história da humanidade trágicos exemplos daquilo que pode acontecer quando alguém deixa outrem pensar por ele. Ainda hoje, em nossa sociedade atual existe uma minoria que por acomodação ou por serem completamente iletrados (embora segundo a autora ninguém é completamente iletrado) ainda necessitem que pensem por ele.

Estamos, portanto, diante de um imenso desafio que é deixarmos de nos preocupar apenas com os elevados índices de analfabetos retratados pelas pesquisas e passarmos a nos preocupar com os mais elevados ainda índices de iletrados que nem sequer são quantificados pelas pesquisas. Necessitamos abraçar a idéia de que somente quando adquirirmos um nível satisfatório de letramento seremos capazes de nos igualarmos as sociedades que hoje consideramos mais desenvolvidas.


Publicado por: MARLI RAQUEL ASSUNÇÃO DE OLIVEIRA LÁZARI

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