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A Lei Áurea e a desigualdade social

Análise sobre o sofrimento dos escravos negros e a desigualdade social.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Infelizmente, a escravidão humana sempre existiu. Ao longo da história, brancos e negros foram escravizados. No século 16, ante suas necessidades capitalistas, as coroas ibéricas, Portugal e Espanha, deram início ao sequestro de negros africanos para as colônias da América. Esse comércio desumano de seres humanos é conhecido, entre nós, como tráfico negreiro.

Cerca de 5 milhões de cativos - homens e mulheres - foram trazidos para o Brasil. O objetivo dos portugueses era suprir o grave problema de mão-de-obra. Por quatro séculos – homens, mulheres e descendentes - permaneceram escravos. Veio a Lei Áurea (13/5/1888), que libertou os cativos e não lhes indenizou pelas contribuições a este país. Literalmente, os negros foram abandonados, nas ruas, sem ter o mínimo para sobreviverem.

De outro lado, acabou a escravidão, mas permaneceu a mentalidade colonizada entre nós brasileiros, que se expressa, no dia a dia, pela reprodução das relações de desigualdade e falsa ideia de superioridade. Melhor dizendo, a mentalidade escravocrata continua viva. Como? Através do racismo e da absurda desigualdade social. Ela funciona como elemento de distinção entre brancos e negros. 

Ou seja, o Brasil segue com uma imensa dívida social com os negros. Fica claro que a Lei Áurea é inconclusa. Resolveu parte de um problema e criou outros. De outro lado, falta sim igualdade de condições reais, em todos os sentidos, para os negros. Exceto para uma pequena elite negra. Apesar de tudo isso, é importante não esquecer que numa democracia a sociedade civil e demais instituições, através do diálogo, têm o dever de cobrar, fiscalizar e exigir um Brasil mais justo e solidário para todos.

Em conclusão, precisamos aprender a conviver com as diferenças. Em especial, as culturais. É absurdo imaginar que, neste século, ainda existe discriminação no que se refere às práticas culturais religiosas dos negros. Finalmente, democracia e igualdade, se constroem com base no diálogo e respeito às diferenças. Afinal, sem demonstrar tolerância às diferenças culturais, quem nega que o Brasil poderá vir a ser uma nação, verdadeiramente, democrática?


Publicado por: RICARDO SANTOS

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