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A complexidade da rede urbana brasileira

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A rede urbana brasileira, nos últimos anos, vem passando por um grande processo de transformação oriundo do forte fenômeno de integração dos mercados proporcionado pela Globalização.

Estas cidades ligadas umas as outras estão em processo contínuo de dinamismo e assumem a sua importância dentro da rede de acordo com a sua produção, circulação, consumo e os diversos aspectos das relações sociais.

Segundo Correa (2001, p. 359), há alguns tipos de redes, como exemplo, tem-se redes do tipo solar, dendrítico, christalleriano, axial e complexo. Nas formas mais antigas desse sistema integrado de cidades a rede dendrítica tomava destaque, posteriormente, a forma mais comum das redes de cidades caracterizava-se pelo modelo Christalleriano, ou seja, um modelo baseado na teoria dos lugares centrais, por sua vez, de acordo com Christaller (1966), consiste no desenvolvimento desigual dos centros urbanos, com um grande centro urbano se sustentando no fornecimento de serviços especializados – centrais – cuja produtividade é superior à encontrada em centros urbanos menores.

A rede urbana brasileira, até a década de 1970, caracterizava-se, de acordo com Corrêa (2001, p.360), por uma menor complexidade funcional dos seus centros urbanos, ou seja, por um pequeno grau de articulação entre os centros urbanos, com interações espaciais predominantemente regionais, e pela existência de padrões espaciais simples. Corrêa (2001, p.428) ressalta que, a partir desse período, as modificações que, sobretudo, irão caracterizar a rede urbana brasileira são a continuidade da criação de novos núcleos urbanos, a crescente complexidade funcional dos centros urbanos, a mais intensa articulação entre centros e regiões, a complexidade dos padrões espaciais da rede e as novas formas de urbanização. Tais mudanças constituem expressão continuada e atualizada de uma estrutura social crescentemente diferenciada e complexa, visto que as relações sociais, seja por meio de fatores internos ou externos, estruturam o processo de urbanização, que, no caso brasileiro, traduz-se em uma maior complexidade da rede urbana, uma vez que se constitui em um reflexo, um meio e uma condição social. A rede urbana reflete e reforça as características dos contextos políticos, econômicos e socioculturais da própria realidade em sua complexidade.

A verdade é que ultimamente as relações entre as cidades brasileiras estão bem mais integradas, as cidades não estão mais inseridas, somente, na economia regional. “Trata-se, em toda parte, de uma rede urbana que sofreu o impacto da globalização, na qual, cada centro, por minúsculo que seja, participa, ainda que não exclusivamente, de um ou mais circuitos espaciais de produção” (SANTOS, 1988).

A rede de cidades continua sendo um sistema integrado e hierarquizado que vai dos pequenos aglomerados às regiões metropolitanas ou grandes cidades, mas suas conexões, no entanto, adquirem contornos complexos, agora não mais exibindo um padrão exclusivamente christalleriano e muito menos dendrítico como aponta Corrêa (2001, p. 365), estabelece-se assim uma relação de múltiplos circuitos na rede urbana.

Lázaro Wandson de Nazaré Teles
lazarogeo@hotmail.com

Bibliografia

CORRÊA, Roberto Lobato. A rede urbana brasileira e a sua dinâmica: algumas reflexões e questões. In: SPÓSITO, M.E. B. (org.). Urbanização e cidades: perspectivas geográficas. Presidente Prudente: [s.n.], 2001. (p.359-367).

CORRÊA, Roberto Lobato. Reflexões sobre a dinâmica recente da rede urbana brasileira. ENCONTRO NACIONAL DA ANPUR, IX, 2001, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: ANPUR, vol. 1, 2001(p.424-430).

CHRISTALLER, W. Central places in southern germany. Englewood Cliffs: Prentice-Hall, 1966.

SANTOS, M.: Metamorfoses do Espaço Habitado. São Paulo: Hucitec, 1988.


Publicado por: LAZARO WANDSON DE NAZARÉ TELES

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