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Educação, ensino e aprendizagem: uma abordagem teórica.

Discussão em torno dos conceitos formulados por diversos teóricos ao longo da história da educação.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Ester de Santana Molina[1]

Laudecir Monteiro Pimenta[2]

Maricelma Almeida Chaves[3]

Marivania Xaves Almeida[4]

Solange Telles Araújo[5]

Valdenei Tavares Caranha[6]

Judite Filgueiras Rodrigues[7]

O estudo aqui apresentado pretende discorrer em torno dos conceitos formulados por diversos teóricos ao longo da história da educação. Entre eles: Sócrates, Platão, Aristóteles, Karl Marx, Maria Montessori, Henri Wallon, Edgar Morin, Pierre Bourdieu e Emília Ferreiro.

Compreender tais conceitos é o meio pelo qual se busca adquirir base, para fundamentar o trabalho docente no sentido de descobrir maneiras eficientes que garantam uma educação de qualidade aos seus educandos.

As teorias dos grandes pensadores podem ajudar a refletir cada vez mais sobre o ato de educar no dia-a-dia de cada professor.

Por trás do trabalho de cada educador, em qualquer parte do mundo, estão incutidos séculos de reflexões sobre a arte de educar.

A preocupação com o ato de educar não é um assunto nascido na contemporaneidade. Já nos anos entre 469 a 399 a.C, o filósofo grego Sócrates, contrariando a filosofia que procurava explicar o mundo baseada na observação da natureza, defendia a tese de que o ser humano deveria conhecer a si mesmo. Tendo como preocupação, levar as pessoas, por meio do autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem. Valorizava o diálogo como processo de investigação, pois acreditava que a aprendizagem deveria começar a partir da educação do corpo, que por sua vez, permite controlar o físico. Para ele ficaria em segundo plano a educação do espírito por se basear em princípios mutáveis.

Por volta dos anos 427 a 347 a.C, surge Platão como sucessor de Sócrates, o seu pensamento, o consagrou como o primeiro pedagogo. Tinha a formação do homem moral, como objetivo final da educação, assim como, a defesa de um estado justo para acolher cada indivíduo. Sua pedagogia se aproxima da sua própria filosofia, onde a busca da verdade é mais importante que a busca dos dogmas incontestáveis. Defendeu a idéia de que professor ou aluno pensem sobre si próprios.

Aristóteles, por sua vez, cuja teoria foi dos anos 384 a 322 a.C, indiretamente teve grande importância na educação. Acreditava que a educação era o caminho para uma vida pública, cabendo a ela a formação do caráter do aluno. Via virtude como modo de educar para viver bem prazerosamente. Tinha o Estado como o único responsável pelo ensino. Defendia a idéia de que a criança aprende com o ato de imitar os bons hábitos do adulto. Para ele o ser humano só será feliz se der sua melhor contribuição ao mundo, se desfrutar suas condições necessárias para desenvolver os talentos.

Entrando na era cristã, pode-se contar com o pensamento de Santo Agostinho (354-430), São Tomás de Aquino (1224-1274) e Martinho Lutero (1483-1546), que mesmo não enfatizando aqui as suas teorias, reconhece-se que apesar de estarem voltadas exclusivamente para dogmas religiosos, tiveram grande importância para a história da educação e a influenciaram por séculos.

Nesta linha de estudos, parte-se para a teoria daquele que foi considerado o filósofo da revolução, Karl Marx (1818-1883), que acreditava que a função social da educação seria combater a alienação e a desumanização. Entendia que a educação deveria ser ao mesmo tempo, intelectual, física e técnica. Defendia um ensino de cunho transformador e alertava para o risco da escola ensinar conteúdos sujeitos a interpretação de partidos ou classes.

O pensamento feminino também se transformou em teoria e contribuiu grandemente na formação da visão pedagógica em especial na educação infantil. Maria Montessori (1870-1952), acreditava que a educação era uma conquista da criança, partindo da concepção de que já nascemos com a capacidade de ensina a nós mesmos, desde que nos seja dado as condições. Seu método parte do concreto para o abstrato. Baseia-se na observação de que as crianças aprendem melhor pela experiência direta da procura e descoberta. Desta forma, conduzir-se-ão ao próprio aprendizado, cabendo ao professor acompanhar o processo e detectar o modo particular de cada um manifestar seu potencial.

Nesta mesma época, surge a teoria de Henri Wallon (1879-1962), cujo pensamento parte de uma educação mais humanizada e que considera a pessoa como um todo. Fundamenta suas idéias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: A afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa. Para ele, a aprendizagem depende essencialmente de como cada um faz as diferenciações com a realidade exterior.

Na atualidade destacam-se as idéias do sociólogo Edgar Morin que propõe a religação dos saberes com novas concepções sobre o conhecimento e a educação, propondo um conceito de complexidade. Ele se opõe ao pensamento que distingue e que fragmenta os conhecimentos. Tem como meta a transdisciplinaridade, que possibilita ao educador uma nova postura diante da realidade necessária para uma prática pedagógica libertadora.

Pierre Bourdieu (1930-2002), por sua vez, vê a escola como reprodutora de valores, reforçando as desigualdades sociais. Ela é marcada pelo caráter de classes desde sua organização pedagógica até a forma como prepara o futuro dos alunos. Nesse sentido, a escola deixa de ter caráter transformador.

Para fechar o estudo, buscou-se enveredar pela teoria da argentina Emilia Ferreiro, que se tornou referência para o ensino no Brasil, integrando-se ao construtivismo, campo de estudo inaugurado por Jean Piaget (1896-1980). Em sua teoria as crianças têm papel ativo em seu próprio conhecimento. Segundo Emilia Ferreiro (1982), a construção do conhecimento e da escrita, tem uma lógica individual, embora aberta à interação social dentro ou fora da escola.

Considera-se a partir deste ensaio, que os estudos voltados para a educação existem desde muito antes de existirem escolas. Remetendo-se aos primeiros filósofos, Sócrates, Platão e Aristóteles, pode-se fundamentar esta constatação.

Percebe-se ainda que as teorias aqui estudadas, mesmo não tendo em sua origem a pretensão, elas norteiam a ação profissional e de algum modo contribuem para as transformações da prática docente, de acordo com as mudanças que surgem no decorrer dos tempos.

Pôde-se perceber ainda, que todas as teorias nasceram da observação das atitudes de cada indivíduo, da maneira como cada um se desenvolve e se relaciona com o meio, para a partir daí serem criados os mecanismos de ensino.

Mesmo não tendo um conhecimento profundo das obras dos autores citados os profissionais da educação trabalham sob suas influências incorporando-as em suas práticas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CUNHA, Marcos Vinicius da. Psicologia da Educação.-4 ed. –Rio de Janeiro: Lamparina,2008.

FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985. 284 p.

GOULART, Iris Barbosa. Psicologia da Educação: Fundamentos Teóricos Aplicações à Prática Pedagógica. 13 ed. Ed. Vozes, Petrópolis, RJ. 2007.

NOVA ESCOLA, Revista. Grandes Pensadores, ed. Especial nº 19, São Paulo. SP, julho 2008

PILETTI, Nelson. Psicologia Educacional, 17ª ed. Ática. São Paulo, SP. 2006

SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e Realidade Escolar: o problema escolar e de aprendizagem. Petrópolis. RJ: ed. 12ª . Vozes, 2005.

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[1] Licenciada em Letras pela União Centro Rondoniense de Ensino Superior – UNICENTRO –Jaru/RO. Mestranda em Ciências da Educação pela UTIC – Ciudad del Est – PY.

[2] Licenciada em Letras pela Faculdade de Porto Velho – UNIPEC- Porto Velho/RO. Especialista em Metodologia do Ensino Superior pela UNIPEC – P. Velho/RO. Mestranda em Ciências da Educação pela UTIC-Ciudad del Est – PY.

[3] Licenciada em Letras pela Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR – Ji-Paraná/RO. Especialista em Língua Portuguesa e Gestão Escolar pela UNIR. Mestranda em Ciências da Educação pela UTIC – Ciudad del Est – PY.

[4] Licenciada em Pedagogia pela Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR – Ji-Paraná/RO. Especialista em Psicopedagogia pela UNIR. Mestranda em Ciências da Educação pela UTIC-Ciudad del Est – PY.

[5] Licenciada em Educação Física e Pedagogia pela Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR- Ji-Paraná/RO. Especialista em Psicopedagogia, Gestão e Orientação Institucional pela UNIR. Mestranda em Ciências da Educação pela UTIC – Ciudad del Est – PY.

[6] Licenciada em Pedagogia pela Universidade Luterana do Brasil – ULBRA – Santarém/PA. Especialista em Administração e Planejamento para Docentes pela ULBRA. Mestranda em Ciências da Educação pela UTIC – Ciudad del Est – PY.

[7] Dra em Ciências do Movimento Humano.Docente da UTIC


Publicado por: maricelma almeida chaves

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