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É preciso educar os pais

Para que os pais eduquem melhor seus filhos, é necessário que tenham instrumentos eficazes para isso.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

'Alguns pais, é bem verdade, descuidam-se dos seus deveres, e não são para seus filhos o que deveriam ser'. A afirmação de Allan Kardec é clara ao se referir aos genitores que não cumprem suas obrigações junto de seus filhos, ao não educá-los e não prepará-los, como se deve para a vida adulta em sociedade. A cada dia que passa, a mídia denuncia flagrantes bizarros de abandono e casos de violência envolvendo pais e filhos. Falta limite de ambos os lados. Isso se tornou recorrente.

Ora, não é novidade que há algo errado nas relações entre pais e crianças. É preciso mudar. Desse conjunto de mudanças é imprescindível a educação de berço. É por isso que os pais devem ser reeducados. Para que os pais eduquem melhor seus filhos, é necessário que tenham instrumentos eficazes para isso. Por quê? Porque as crianças reproduzem, fora do ambiente doméstico, o que recebem em seus lares. Bom mesmo se esses valores primam pela boa educação. Por sua vez, o inverso é perigoso.

Numa sociedade em constante transformação, é preciso rever esses princípios. Não é possível que a escola continue a cumprir obrigações que não são suas. Isso é desqualificar o seu papel e função.  Ela pode colaborar, em um ou outro aspecto. Mas não é seu ofício. De outro lado, pequeninos expostos à tela, acima de três horas, são vítimas indefesas ante a banalização da vida, a violência e a erotização sexual exacerbada. É indispensável que os familiares cumpram com o seu dever. Não podemos aceitar o contrário, afinal, isso é transferência de obrigações. Nas relações interpessoais – escola, família, trabalho e sociedade - defendemos o diálogo com limites estabelecidos.

Pequenos cuidados

É preciso que os pais ensinem a seus filhos boas maneiras: não cuspir na rua, jogar lixo no lixo, não fazer gestos obscenos, dizer obrigado, por favor... Na escola, isso terá um enorme impacto e um enorme salto de qualidade no que se refere ao processo de ensino e aprendizagem. Indisciplina, entre outros fatores, na escola e fora dela, é produto de deseducação e carência de valores sadios.

Em conclusão, altero as palavras do poeta Mário Quintana: Pai, eu sou o menino teimoso desde sempre, mas o que fizeste de mim? Por acaso, hoje, surpreendo-me no espelho quando vejo você e mamãe em mim! O verdadeiro milagre é que eu me torne melhor que sou, para que eu viva num mundo melhor e humano para todos. Papai e mamãe, se vocês me amam, não soltem do telhado a grita. Meus pais! Amorosamente, eduquem-me. 

O papel do poder público

Na verdade, atitudes sadias deveriam fazer parte do cotidiano dos jovens, mas não é o que se vê. Recentemente, pela TV, na Avenida Paulista (SP), vi uma gangue de pequeninos assaltantes de lojas. Ou seja, cada vez mais cedo, jovens e crianças estão reproduzindo comportamentos violentos. Por fim, nossa sociedade tem clara a necessidade de transformação e o quanto representa socialmente.

Educar é mais barato para a sociedade e os cofres públicos. Por isso, qualificar melhor os pais para que possam enfrentar seus desafios junto a seus filhos é tarefa de toda comunidade. Se os pais conseguirem passar valores básicos a seus filhos, certamente, muita coisa vai melhorar em termos sociais. E o impacto na sociedade será enorme.

Em resumo, para aqueles que se preocupam com a infância é fundamental que a família moderna esteja sintonizada com os verdadeiros princípios sociais e morais, que são à base de sustentação da vida em comunidade. É claro que isso não vai resolver todos os nossos problemas, contudo, vai melhorar e facilitar o convívio social na escola, no trânsito e no dia a dia. Ninguém nega que apacificar a violência social e doméstica é obrigação dos governos - gestores públicos - e de todos nós. Isso é justiça social.

Tem mais, ao nascer, o bebê tem o contato inicial com os primeiros educadores e comunicadores de sua vida. É no núcleo familiar que temos o primeiro laboratório avançado de ideias e conceitos como: cidadania, fraternidade, disciplina, ética e espiritualidade. Finalmente, a parceria entre todos e a escola, tem tudo para dar certo. Quem ganha com isso somos todos nós. Para que a mudança ocorra é preciso que a sociedade civil organizada e gestores públicos abracem a ideia. Portanto, mediar, fomentar, discutir, contribuir para o avanço social e a evolução das ideias é o papel da mídia nesse contexto. (Ricardo Santos é jornalista e prof. de História)


Publicado por: RICARDO SANTOS

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