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Avaliação escolar: mocinha ou vilã?

Avaliação escolar: mocinha ou vilã? Clique e confira uma reflexão acerca do tema.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

A avaliação deve ser encarada como instrumento metodológico que não prioriza apenas o resultado ou o processo, mas identifica os conhecimentos construídos e as dificuldades de uma forma dialógica. E isto deve estar claro para o educador, para os alunos e para a família. Quando o processo educacional é contextualizado, provoca curiosidade, lança desafios e a típica pergunta “Vale nota?”, extingue-se. O envolvimento com a atividade é tamanha que o resultado avaliativo é mera consequência, torna-se apenas um registro.

Assim, não é a possibilidade de reprovação que cria estímulo pelos estudos. Na verdade, isto soa a ameaça... "O bom professor não é aquele que reprova muito ou que aprova todo mundo, mas aquele que garante as condições para aprendizagem de todos" (VASCONCELOS, 2001).

Primeiramente, o educador deve ter consciência de sua prática pedagógica. Pra quê, pra quem e o porquê ensinar este conteúdo. Sim, as respostas são inúmeras. E, por vezes, sem relação à vida cotidiana. Enfim, há um currículo a ser cumprido. E como transformar este conteúdo em algo atrativo para o aluno, despertando nele o interesse pela aprendizagem? É falando que é matéria de prova? Não. Isso não estimula ninguém. Só causa medo, traumas, falta de confiança, baixa autoestima.

Infelizmente, há alunos que parecem não querer aprender, independente do que se tente fazer em sala de aula. Há muitos problemas implícitos nesta situação: histórico escolar marcado pelo “fracasso” (notas baixas, reprovações...), falta de acompanhamento da família, dificuldade de aprendizagem.

O aluno que possui dificuldade de aprendizagem e possui um histórico escolar marcado pelo fracasso também sente vergonha, por mais que ele demonstre ser o causador de conflitos na sala. Isso é uma arma que o estudante usa para não expor seu ponto fraco. Ataca. Assim, é julgado como indisciplinado e não como aquele que não sabe (menos vergonhoso, não?). O ponto, neste caso, é valorizar, em algum momento, uma fala ou uma atitude deste aluno. Elogiá-lo, por mais simples que seja a situação. Lembre-se: ele já está acostumado a ser criticado, sabe se “defender” contra isso. Porém, quando é elogiado, fica sem reação, surpreso, especialmente quando isso é feito perante a turma. É uma chance de conquistar seu respeito, uma oportunidade dele perceber o seu próprio potencial.

Quando um aluno desinteressado não tem apoio da família e todos dizem que ele é assim mesmo, que não tem mais jeito, para o aluno, é mais fácil se acomodar do que se esforçar para melhorar. Afinal, se esforçar é trabalhoso e ele sabe que não terá reconhecimento. Diante disto, a metodologia é a mesma: elogiá-lo. Destacar suas potencialidades, fazê-lo acreditar em si.

Então, dizer que o conteúdo vale nota, que há possibilidade de reprovação, vai fazer alguma diferença para este aluno?

Portanto, devemos refletir: as avaliações tradicionais, quantitativas, estimulam o interesse pelo estudo? Ou o prazer em aprender (e a consciência de que se é possível aprender) ganha mais sentido para o aluno? A segunda opção garante considerar as avaliações como meio de registrar um aprendizado apreendido, discutido.  A avaliação serve, assim, como meio para analisar o próprio trabalho do professor e a compreensão dos alunos sobre determinado conteúdo. E depois disso, traçar novos (ou não) caminhos para o alcance dos objetivos educacionais.

É essencial pensar no poder que os educadores têm em despertar as potencialidades de cada um, em enxergar o aluno como um ser humano em formação, que necessita de estímulo e não de conviver com a ameaça de um monstro chamado “prova”. É um caminho longo, cansativo? Sim. Este é o caminho da aprendizagem. Fácil para alguns, complicado para outros, possível para todos!

Referências

VASCONCELOS, Celso dos Santos. Superação da reprovação: empurrar o aluno com a barriga x garantir a aprendizagem. Cadernos Pedagógicos do Libertador: São Paulo, volume 3, 1994. Disponível em: http://www.udemo.org.br/RevistaPP_01_08Promocao.htm. Acesso em: 29 mar 2014.

HAMZE, Amélia. Canal do Educador: Avaliação Escolar. S/d. Disponível em: https://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/avaliacao-escolar.htm. Acesso em: 30 mar 2014.


Publicado por: Claudia Gonçalves da Silva

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