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O estudo das drogas e seus efeitos no organismo como elemento articulador no ensino em química na sala de aula do 9º ano do Ensino Fundamental

Confira um estudo sobre as drogas e seus efeitos no organismo.

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Resumo:

Tendo em vista o crescente aumento do uso de entorpecentes, não somente nas áreas urbanas mas também nos centros rurais, a Escola Municipal de Ensino Fundamental João Eufrásio de Oliveira, situada em Viçosa do Ceará, tomou a iniciativa de desenvolver e trabalhar o Projeto Drogas Jamais na sala do 9º ano, visando não somente mostrar para seus educandos o que são mas também mostrar de forma clara seus componentes, estrutura química e seus efeitos no organismo. Além disso, buscou-se tomar como orientadores dessa ação os objetivos expressos nos Parâmetros Curriculares do Ensino Fundamental que diz: a) ...Que os alunos sejam capazes de posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas e b) ? Que os alunos sejam capazes de conhecer o próprio corpo e dele cuidar, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva. O estudo da Química aliada ao cotidiano possibilita ao homem o desenvolvimento de uma visão crítica do mundo que o cerca oferecendo condições para analisar, compreender e utilizar este conhecimento a ajudá-lo a interferir em situações que contribuam para a melhoria da sua qualidade de vida. Relacionar os conteúdos de Química integrados ao cotidiano do aluno e saber quais os conhecimentos prévios trazidos por eles sobre o tema pode contribuir com o processo de ensino da Química de forma a facilitar a aprendizagem dos alunos para quebrar o tabu de que a matéria é chata e difícil. E assim, mostrar para os alunos a importância e a relação das Ciências Naturais com o cotidiano escolar e a cidadania.

Introdução: 

Infelizmente, para a grande maioria dos alunos, a disciplina de Química é vista na escola como uma disciplina difícil e hermética, dificultando mais ainda o seu aprendizado. A Química aplicada nas escolas do ensino médio deve , portanto, ser desenvolvida de forma a permitir aos estudantes a pensarem e a interpretarem o mundo que os cercam. Assim, o cotidiano vivido, assumiria possivelmente, um papel fundamental na definição das formas de abordagem dos conteúdos previamente definidos como relevantes.
Nos últimos anos alguns educadores vêm tentando superar obstáculos que parecem não ter solução no ensino de Química. Um dos desafios da educação atual é transpor a linguagem científica e tecnológica para a linguagem da escola, visando que os processos de ensino que desenvolvem lhes sejam relevantes por serem significativos para seus alunos (SCHNETZLER, 2004). Várias metodologias vêm sendo desenvolvidas, buscando uma relação maior entre ciência, cotidiano e cidadania, a fim de encontrar uma solução minimizadora para diminuir o fosso entre ensino e aprendizagem.
E dessa forma torna-se importante utilizar diferentes metodologias para prender a atenção e o interesse dos discentes no estudo, principalmente nas disciplinas das áreas consideradas ''exatas e duras'' que são sempre tidas como algo muito difícil de aprender. É exatamente no último ano do ensino fundamental II que o aluno se depara pela primeira vez com a disciplina de Química e o qual iráaprofundar seus conhecimentos na disciplina no decorrer de todo o ensino médio. Desta forma, o professor precisa usar de diferentes métodos para que os educandos aprendam os conteúdos de forma clara, aumente sua curiosidade na área, torne-se crítico e conhecedor da Química que envolve tudo ao nosso redor. Tendo em vista esse objetivo abordou-se o tema Drogas em sala como forma de subsidiar os conteúdos de Química e aumentar o interesse dos alunos na área, e assim tornar o conteúdo prazeroso de se aprender e despertar no aluno a motivação esperada. Sabedores de que o tema não é novo mas muito provocador e atual, tentamos vincular o conhecimento prévio trazidos pelos alunos para o cotidiano da sala aprofundando-o nas aulas de Química e o cotidiano escolar.

Material e métodos:

Foram desenvolvidas aulas teóricas com definições, tipologia das diferentes drogas, composição química e seus efeitos no organismo humano acompanhado de debates sobre o tema em sala; Houve apresentação de painéis e utilizamos recursos ilustrativos como fotos que foram apresentados em forma de slides mostrando as drogas e seus efeitos no organismo; apresentação de um filme relatando a vida de usuários; trabalhamos, ainda, esse assunto em forma de entretenimento através da revistinha em quadrinho da turma da Mônica onde os mesmos abordam uma história sobre as drogas. Foram apresentados aos alunos as fórmulas químicas de todas as drogas discutidas nos textos em sala , e aplicamos um questionário visando o conhecimento dos mesmos sobre o assunto abordado. A metodologia foi baseada em pesquisas em livros, revistas e na internet, onde se buscou uma maior integração dos discentes nas aulas, tornando-se imperativo a renovação do conhecimento e a dinâmica interativa para participação dos alunos.

Resultados e discussão :

A avaliação procedeu-se através de perguntas e respostas em aula dinâmica e através da aplicação de um questionário aos discentes do 9º ano da E.M.E. F. João Eufrásio de Oliveira, situada em Viçosa do Ceará, onde foi possível identificar e analisar o nível de compreensão dos jovens dessa escola sobre o conhecimento das drogas, as suas opiniões sobre o que leva a um adolescente a se inserir no uso e no mundo das drogas bem como a percepção de cada um sobre sua saúde física e mental. Dos 40 jovens e adolescentes que responderam o questionário, estes tinham idades entre 14 a 22 anos e disseram ter renda média menor ou igual a um salário mínimo. Foram perguntados se conheciam algum tipo de droga e 100% deles responderam que sim. Desses, 2% responderam fazer uso de algum tipo de droga lícita como álcool e cigarro por exemplo, e 100% afirmaram não fazer uso de drogas ilícitas. Foram perguntados sobre quais motivos levam o jovem ou adolescente a fazer uso das drogas, das oito opções apresentadas, duas foram apontadas por 14% deles que afirmaram ser a influência de amigos o responsável pela inserção dos jovens nas drogas e 86% deles afirmaram ser a curiosidade a inserir os jovens e adolescentes nas drogas. Também 80% dos alunos entrevistados, ou seja 32 deles, disseram que é entre os 12 e 16 anos que os jovens se inserem nas drogas e 20% deles, acreditavam que a maioria dos jovens entram nas drogas a partir dos 16 anos de idade. Perguntamos também quais os principais motivos que levam o jovem ou adolescente a se manter afastado das drogas e, curioso, das quatro opções apresentadas, o medo, foi a opção que não pontuou e, está coerente com a resposta dada em sua maioria pela turma, que respondeu que a inserção dos jovens e adolescentes nas drogas se dá pela pura curiosidade. Ainda sobre os motivos que levam os jovens a se manterem afastados das drogas, 38% respondeu ser a religião, 37%, a família e 25%, são os valores morais recebidos na infância. Perguntamos se tinham e praticavam algum tipo de religião e, de forma geral todos tinham alguma religião, fato esse, ser curioso, uma vez que apontam no início do questionário que em sua maioria, 98% não fazem uso de nenhum tipo de drogas. Por fim, lhes foram perguntados sobre a saúde física e mental e todos, sem exceção, responderam ter excelente saúde física e mental. O que pelas respostas podemos concluir que de modo geral, trata-se de um grupamento saudável e que ainda não foi afetado pelas drogas, mesmo esses oito alunos (2%) que disseram fazer uso de algum tipo de droga lícita. Mas que alertados e trabalhados ao longo do semestre pelas aulas dadas sobre drogas, esperamos contar num futuro próximo, com mudanças de atitudes desse grupamento de jovens que se dizem fazer uso de álcool e cigarro.

Conclusões:

Tendo sido apresentado o Projeto Drogas Jamais na sala de 9º ano do EF, tentamos mostrar de forma clara os danos e prejuízos que as drogas podem causar no nosso organismo, ao mesmo tempo mostrar os diferentes problemas enfrentados pelas pessoas que fazem uso e de suas famílias quando se referem às drogas. O sofrimento, as doenças emocionais, a marginalização da pessoa e a perda de sua cidadania. Também tentamos discutir e mostrar como o conhecimento científico é importante para nos alertarmos dos perigos e tomarmos consciência da importância do tema abordado nas aulas de Química. Ficou explícito também o grande conhecimento que os mesmos adquiriram no decorrer das aulas. Portanto, o ensino, possibilitar a participação dos alunos através de temas do cotidiano e a utilização de recursos metodológicos diferenciados pode ser um caminho inovador e mais curto para o prender a atenção e aumentar o interesse e o conhecimento dos alunos em sala de aula.

Referências bibliográficas

FELTRE, Ricardo - Fundamentos da Química. 4ª ed., São Paulo, 2005, Ed. Moderna.

GIL-PÉREZ, Daniel. Formação de Professores de Ciências. 4ª ed., São Paulo,2007.

MORANDINO, M. A Prática de Ensino nas Licenciaturas e a Pesquisa em Ensino de Ciências: Questões Atuais. Faculdade de São PAULO - USP. São Paulo:SP. Cadernos Brasileiros de Ensino. v.20, n.2: p.168-193,agosto de 2003.

Palavra-Chave: Química; entorpecentes; adolescência.


Publicado por: Nathy Fontenele

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