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A angústia dos sem-teto

A situação dos recentes sem-tetos.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Descaso por parte dos governantes, fúria da natureza e má ocupação de morros e encostas são os principais causadores, segundo especialistas, das enchentes que assolaram centenas de pessoas na região serrana do Rio de Janeiro no mês que dá sobrenome ao estado. Não bastassem as perdas materiais e humanas, agora, começam os burburinhos a respeito da responsabilidade dos acontecimentos.

Há certo consenso entre a população de que mudanças climáticas, originárias do efeito estufa, estão e irão, se os atuais índices de emissão de dióxido de carbono se mantiverem, ocasionar verdadeiros reboliços no ecossistema terrestre. O assunto inclusive já virou clichê em monografias acadêmicas.

O Estado diz que os próprios vitimados são responsáveis pelo desmoronamento das encostas, já que os mesmos ocupariam o espaço de forma ilegal e longe dos padrões de segurança civil. Ora, se o assunto é de conhecimento dos dirigentes do país e, no caso, do governo do Rio de Janeiro, por que nada (ou pouco) se faz para mudar a situação? Serão necessárias quantas tragédias para se tomar uma atitude?

Todavia, enquanto discute-se a responsabilidade dos desastres, milhares de desabrigados sofrem por falta de comida, água potável, vestimentas e, até, urnas funerárias para enterrarem de forma decente seus entes falecidos encontrados, com dificuldade, em meio aos escombros. Deplorável.

Destarte, meios de comunicação alardeiam o desastre numa tentativa gananciosa de atrair audiência. Só para constar, sabe-se que o telespectador nutre algum apetite “voyeurístico” pela desgraça de outrem. Lamentavelmente, a mídia que deveria, nesses casos, ter como papel principal a informação dos ocorridos, faz sensacionalismo do infortúnio do alheio.

Aos recentes sem-tetos cabe a sorte de receber donativos que chegam de todo o país. Caridade e beneficência, nesse momento, não têm faltado aos brasileiros comovidos pelas desventuras dos serranos fluminenses. Resta saber se, a médio e a longo prazo, a boa vontade dos civis permanecerá. Pois, se depender do querer dos governantes, desalojados continuarão a enterrar seus defuntos em valas comuns.


Publicado por: JULIANA BRAGALDA

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