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Improvisar é preciso, mas nem sempre

Improvisar é preciso, mas nem sempre, a capacidade de mudar de diretriz em cima da hora, grandes tomadores de decisão, modelo burocrático, âmago da improvisação.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Um número cada vez maior de líderes corporativos acredita que a improvisação – a capacidade de mudar de diretriz em cima da hora – é de importância crítica em uma economia globalizada, em permanente mudança, na qual as empresas ágeis e adaptáveis podem obter vantagem competitiva.

A Blue Cross e Blue Shield, de Minnesota, Estados Unidos, convidaram Michael Gold como palestrante de encerramento de um simpósio do setor de saúde na cidade de St. Paul no terceiro trimestre de 2006, mas não por sua experiência em tecnologia médica, estratégica de bem-estar ou de avaliação de riscos, mas para mostrar a 200 clientes e gerentes seniores das duas companhias, como a improvisação do jazz oferece uma janela para o processo de pensar rápido.

A experiência oferecida pelo músico que lidera a Jazz Impact - empresa de consultoria de Minneapolis, que usa o jazz para simular a tomada de decisão corporativa, diz que o mesmo se aplica aos negócios. Técnicas teatrais ensinam a pessoa a ser flexível, a lidar com o inesperado, a improvisar quando as circunstâncias mudam e a aceitar melhor os outros, explica Belle Linda Halpern da consultoria Ariel, atriz profissional e cantora.

Baseando-se em pesquisa da psicologia e da neurociência, Malcolm Gladwell em seu livro “A Decisão num Piscar de Olhos” (ed.Rocco), argumenta que grandes tomadores de decisão não precisam processar toneladas de dados ou se engajar em infinitas introspecções – eles podem tomar decisões complicadas em um piscar de olhos. As decisões de última-hora tomada por instinto, declara Gladwell, são frequentemente mais confiáveis do que aquelas enraizadas em pesquisas e planejamento.

Na verdade, a crescente preocupação com a tomada de decisão imediata e intuitiva, está fazendo com que os especialistas em teoria da organização questionem o chamado “modelo burocrático”, que se baseia principalmente em pesquisas, planejamento e controle. Em um artigo publicado em 1998, na Revista Science, Frank Barrett, professor da Naval Postgraduate School, em Monterey na Califórnia e pianista de jazz profissional, discute que o modelo burocrático é impróprio para uma economia globalizada. Para ser inovadores, escreve ele, “os administradores – como os músicos do jazz – precisam interpretar sinais vagos, enfrentar tarefas não estruturadas, processar conhecimento incompleto e, mesmo assim agir”.

Embora uma rápida resposta aos eventos possa, na verdade, ser um objetivo de negócio útil, a improvisação prospera melhor em uma cultura administrativa que encoraje a experimentação, porque nesse tipo de cultura, os membros da empresa sabem que podem arriscar, pois seus esforços de improvisação serão apoiados pelos outros, diz Mary Crossan, professora associada de políticas de negócios da Richard Ivey School of Business, da University of Western Ontário, no Canadá.

A maioria das pessoas de negócios é de ouvintes ruins, ainda que ouvir esteja no âmago da improvisação.

Amazildo de Medeiros – Analista Organizacional
Fonte: HSM Management 61 março-abril 2007


Publicado por: Amazildo de Medeiros

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